A história é a seguinte https://ahistoriaeaseguinte.blogfolha.uol.com.br Contamos por que todo passado é presente Tue, 10 Aug 2021 12:55:04 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Vacina obrigatória em 1904: projeto começou a andar, vacinação caiu https://ahistoriaeaseguinte.blogfolha.uol.com.br/2020/12/17/vacina-obrigatoria-em-1904-projeto-comecou-a-andar-vacinacao-caiu/ https://ahistoriaeaseguinte.blogfolha.uol.com.br/2020/12/17/vacina-obrigatoria-em-1904-projeto-comecou-a-andar-vacinacao-caiu/#respond Thu, 17 Dec 2020 13:22:07 +0000 https://ahistoriaeaseguinte.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/bonde_revolta_vacina-300x213.jpg https://ahistoriaeaseguinte.blogfolha.uol.com.br/?p=18 Muito se comenta da Revolta da Vacina, que eclodiu em 10 de novembro de 1904 no Rio. Seu estopim veio de um furo do jornal A Notícia, na véspera, trazendo detalhes da regulamentação da lei, sancionada em 31 de outubro, que tornava obrigatória a vacinação contra a varíola no país e submetia sua aplicação aos instrumentos de intervenção urbana e domiciliar criados por um decreto de janeiro.

Mas começou antes disso o efeito contrário ao esperado pelos formuladores da proposta –liderada pelo poderoso chefe da Diretoria Geral de Saúde Pública, Oswaldo Cruz. A vacinação na cidade, que vinha crescendo nos primeiros meses daquele ano, despencou em agosto, quando o projeto da vacinação obrigatória, aprovado no Senado em 20 de julho, começou a tramitar na Câmara dos Deputados.

Neste momento também se intensificou o bombardeio de setores da sociedade carioca sobre as autoridades que encabeçavam a iniciativa. Oswaldo Cruz, o ministro J.J. Seabra (Justiça) e o presidente Rodrigues Alves, o Soneca, passaram a ser alvos frequentes de críticas agressivas, celebrizadas nas ilustrações satíricas em periódicos como O Malho, Tagarela e Revista da Semana –cujos acervos digitalizados podem ser acessados na hemeroteca da Biblioteca Nacional.

A quantidade de pessoas vacinadas no Rio continuou baixa por pelo menos mais três anos. O volume de imunizados no triênio 1905-1907 somados equivaleu a menos de 20% dos que tinham recebido a proteção contra a doença infecciosa em 1904. Os dados são da Diretoria Geral de Saúde Pública e estão citados no livro “Os Bestializados” (Cia das Letras), de José Murilo de Carvalho.

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